O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, recebe a artista visual porto-alegrense Talita Hoffmann para uma intervenção artística em uma das paredes do centro cultural. Até o dia 25 de novembro o público poderá acompanhar gratuitamente a criação ao vivo da nova obra, observando as escolhas, os gestos e os movimentos da artista.
A atividade faz parte do projeto Ling Apresenta que este ano contou com a curadoria da jornalista, pesquisadora e curadora independente Luísa Kiefer. Após a finalização do trabalho, Talita Hoffmann comentará a experiência e o resultado em bate-papo com o público e a curadora no sábado, dia 26, às 11h. A conversa poderá ser acompanhada gratuitamente no Instituto Ling. Faça sua inscrição sem custo.
Ling Apresenta: Ver o mundo outra vez
Apresentar: mostrar; expor; tornar público; oferecer (alguma coisa) a (alguém); pôr diante ou na presença; dar a conhecer. Ling Apresenta: Ver o mundo outra vez é a primeira edição de um novo projeto, como pede o novo tempo – esse, que é essencialmente o mesmo, mas não pode ser, pois passamos por muito. A ideia central é trazer ao Instituto Ling novos – ou outros – nomes da arte contemporânea. Não são descobertas, porque eles já estão no mundo, trabalhando, cada um a seu modo, buscando a inserção em um sistema complexo de legitimação. Uma busca que, cabe dizer, é incessante. Uma exposição não legitima um artista, mas joga luz sobre a sua obra e permite aquilo que há de mais importante quando se produz: dialogar com o público.
Compartilhar um nome, um trabalho e o fazer artístico é o que forma o cerne desse projeto. O convite é para que os artistas façam uma intervenção diretamente em uma das paredes do Instituto. Uma parede que conduz o visitante até o fundo do espaço, que é contemplada por quem se senta no café, e é vista da rua pelos passantes. Durante uma semana, o público será convidado a acompanhar a produção dessa parede-obra. Enquanto o artista trabalha, o público observa: escolhas são feitas, gestos e movimentos acontecem, materiais se sobrepõem, uma obra vai tomando forma.
Ao longo de 2022, serão apresentados quatro artistas, em diferentes momentos de suas carreiras, com distintas produções e temáticas. O que os conecta é justamente uma não-conexão, ou melhor, a conexão mais geral que poderia haver: são artistas, trabalham com afinco, produzem em diferentes meios, levantam questões contemporâneas, provocam reflexões e nos fazem olhar sempre e de novo – mas não para o mesmo.
Luísa Kiefer
Início do outono, 2022
Sobre a artista
Talita Hoffmann nasceu em Porto Alegre/RS, 1988. Formada em Design Gráfico e Artes Visuais. Desde 2008 trabalha como ilustradora e designer para diversos veículos, dentro dos universos da música, artes e literatura. Em seu trabalho, explora a relação entre paisagem, desenhos arquitetônicos e design gráfico através da pintura e do desenho. Por meio da cor, busca uma relação com o nostálgico, o familiar e o estranho. Em procedimentos próximos à colagem e à serigrafia, trabalha a sobreposição de espaços e embaralhamentos entre planos, estabelecendo contatos com a pintura naif, iconografias do cinema, teatro, música e a arte popular. Dentre suas principais exposições, destacam-se: Fumetto International Comix Festival (coletiva, Lucerna, Suíça, 2018), Areia Movediça (individual, Galeria Lume, SP, 2015), Cidade do Interior (individual, Galeria Logo, SP, 2013) e Transfer (coletiva, Pavilhão das Culturas Brasileiras, SP, 2010). Atualmente vive e trabalha em São Paulo.
Sobre a curadora
Luísa Kiefer nasceu em Porto Alegre/RS, 1986. Jornalista, pesquisadora e curadora independente. É doutora em História, Teoria e Crítica de Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS. Em 2017, foi pesquisadora visitante no departamento de fotografia do Centre for Research and Education in Art and Media (CREAM) da University of Westminster, Londres, Inglaterra. É Mestre em História, Teoria e Crítica de Arte pelo mesmo programa e jornalista formada pela PUCRS. Nos últimos anos, realizou a curadoria de exposições, individuais e coletivas, em diferentes espaços como Fundação Ecarta, Goethe-Institut Porto Alegre, Instituto Ling, Espaço Cultural ESPM-Sul e Fundação Vera Chaves Barcellos. Desde 2018, coordena, junto com Eduardo Veras, o projeto de catalogação da obra da artista plástica Gisela Waetge. Em 2019, foi curadora geral do Linha, espaço independente de artes visuais, em Porto Alegre. Em 2021, recebeu o XIV Prêmio Açorianos de Artes Plásticas na categoria Jovem Curadora/Aliança Francesa.