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AGENDA CULTURAL

Virgilio Neves na Vila Nova

 

A definição da palavra “Volatilismos” não existe na língua portuguesa mas foi o termo que o artista plástico Virgílio Neves encontrou para definir a sua mais recente produção, composta por 11 telas, na Galeria Vilanova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, com curadoria de Bianca Boeckel. Para ele, o desenho pode ter uma ação transformadora sobre o peso da tela e da pintura. Por isso, ao tentar redimensionar os diversos elementos que compõem uma pintura e intensificar a ação das linhas na superfície dela, Virgílio alcançou a sensação de leveza que buscava.

 

Entre 2013 e 2014 o artista usou canetas permanentes para criar sobre suas pinturas uma espécie de fragmentação visual com as linhas, gerando um certo efeito hipnótico que acabou dando nome à sua primeira individual:  “Hipnoses”. A partir de 2015, o trabalho ganhou um outro rumo. As canetas permanentes procuraram extrair da tela o peso imposto pelo pigmento, pela composição, pelas cores, pelas formas e pelos volumes. Foi um processo inusitado, que exigiu uma releitura e uma nova pesquisa de trabalho por parte do artista.

 

“As cores, por exemplo, tornaram-se menos vibrantes e mais densas do que nos trabalhos anteriores. As formas, mais volumosas e fechadas. Ao envolver as superfícies das telas com as linhas brancas das canetas permanentes, as formas se ‘ergueram’, criando uma espécie de volatilidade do todo. E ao modular ainda mais as linhas em curvas, interferi também na velocidade delas, proporcionando ao olhar uma nova relação com o tempo de observação”, define Virgílio Neves.

 

As linhas continuam sendo o elo entre dois momentos artísticos de Virgílio, mas a temática ganhou uma outra intenção, em função desse novo percurso.  “Em “Hipnoses”, sua série anterior, o olhar se diluiu ao redor de todo o campo visual; na inédita “Volatilismos”, o olhar ganhou um percurso, uma direção ascendente”, explica Bianca Boeckel, curadora da mostra.   Para Virgílio Neves, a temática se desdobrou para um novo campo de ação: “a busca pela leveza do todo na superfície da tela, como se o objetivo maior fosse torná-la mais leve que o ar. E é engraçada a ironia de se chegar à impermanência das formas usando canetas permanentes”, completa o artista.

 

 

De 12 de maio a 11 de junho.

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