A individual “Mero Espaço”, de Waltercio Caldas, acaba de chegar à Albuquerque Contemporânea, em Belo Horizonte.
“Não há melancolia, há desconcerto” diz Luiz Camillo Osorio, referindo-se às obras recentes de Waltercio Caldas. Nos trabalhos do artista, as noções de tempo e espaço são exploradas com linguagem e rigor formal próprios. Diversas obras, diante da perspectiva tridimensional, exaltam a temporalidade, sugerindo movimentos e deslocamentos no espaço e provocando tensões, outra marca de seu percurso artístico.
Nesta mostra, Waltercio Caldas descarta as noções de desenho, pintura, escultura e objeto. Para ele, todos os trabalhos têm caráter tridimensional e convidam o espectador a estabelecer as relações entre os objetos: “A exposição só acontece se você estiver fisicamente, ela não se reproduz, ela não se transforma em imagem de vídeo ou celular. Ela propõe uma relação física das pessoas com os objetos que elas vão ver”, explica.
“Mero Espaço” descarta a ideia de “produção mais recente do artista” e apresenta mais de cinco décadas de trabalho de Waltercio Caldas. De acordo com o artista, a mostra não é o fim do trabalho, mas característica fundamental da própria obra.